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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cometas podem conter água em estado líquido

Equipa de cientistas afirma ter encontrado provas do que até agora se pensava ser impossível

2011-04-12
Amostras do Wild-2 foram trazidas para a Terra em 2006 pela missão Stardust
Amostras do Wild-2 foram trazidas para a Terra em 2006 pela missão Stardust
Cientistas afirmam ter encontrado provas de presença de água em estado líquido num cometa, algo que até agora se pensava ser impossível, já que os núcleos dos cometas nunca aquecem o suficiente para que o gelo de que são formado derreta.

Segundo Dante Lauretta, especialista em química espacial e formação planetária e investigador principal da missão Stardust da NASA, é “impossível, segundo as ideias actuais, que se forme água líquida num cometa”. No entanto, um grupo de cientistas do Centro Espacial Johnson e do Laboratório de Investigação Naval, liderado por Eve Berger, da Universidade do Arizona, acaba de demonstrar o oposto num estudo a ser publicado na «Geochimica et Cosmochimica Acta».
A equipa analisou grãos de pó do cometa Wild-2, trazidos para a Terra em 2006 pela missão Stardust. A nave, lançada em 1999, recolheu em 2004 amostras da cauda do cometa e enviou-as numa cápsula fechada em Janeiro de 2006 para um deserto no estado de Utah. Nas amostras foram encontrados minerais que apenas se formam na presença de água em estado líquido. “Em algum momento da sua história, o cometa teve de ter bolsas de água”, concluem os cientistas.

As amostras analisadas em partículas microscópicas (do tamanho de uma célula) e foram analisadas com microscópios electrónicos e raios X. Demonstrou-se que este cometa passou por períodos quentes que favoreceram reacções químicas na água e que mudaram a composição dos minerais que herdaram dos tempos da formação do Sistema Solar.

A água quente terá dissolvido os minerais que estavam presentes naquele momento e precipitou a formação de ferro e sulfato de cobre. Os sulfatos formam-se entre os 50 e os 200 graus centígrados, uma temperatura muito maior do que a prevista no interior de um cometa.

O mineral encontrado por Berger chama-se cubanite (CuFe2S3) e segundo a investigadora é muito raro encontrá-lo em amostras vindas do espaço. “A cubanite que encontrámos só se forma a temperaturas a partir dos 210 graus.

Se este mineral se formou no cometa isso tem implicações sobre as fontes de calor dos cometas em geral. Para Eve Berger existem duas formas de gerar fontes de calor num cometa: uma colisão com outro objecto ou a desintegração radioactiva de elementos presentes no próprio núcleo do cometa.

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