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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cérebro cansado pode adormecer por uma fracção de segundo

Consequências podem ser perigosas

2011-04-28
Padrões de actividade eléctrica nos neurónios limitados.
Padrões de actividade eléctrica nos neurónios limitados.
Há dias em que não nos lembramos de onde deixamos as chaves ou os óculos, mas será distracção, esquecimento ou apenas um sinal de que estamos a precisar de dormir? Segundo a conclusão de um estudo, realizado na Universidade de Wisconsin-Madison(EUA), feito com camundongos, o cérebro cansado pode adormecer por uma fracção de segundo, mesmo que esteja a funcionar activamente.

O estudo, publicado na revista britânica «Nature»refere que o sono afecta parte do nosso cérebro. As consequências podem ser perigosas dependendo da tarefa que determinado indivíduo estiver a desempenhar. Antes da fadiga se manifestar, o cérebro poderá dar sinais que indicam que “o mais aconselhável será interromper certas actividades que exijam um estado alerta", avançam os investigadores da equipa de estudo.
Segundo Chiara Cirelli, professora de psiquiatria da universidade, grupos específicos de neurónios podem adormecer, com consequências negativas. A teoria convencional é baseada na observação de electroencefalogramas, que revelam os padrões de actividade eléctrica nos neurónios, mas com algumas limitações.

Os eléctrodos são posicionados no couro cabeludo, o que significa que captam melhor o sinal dos neurónios mais próximos do crânio e resumem a actividade de centenas de milhões deles, não conseguindo analisar células isoladamente.

Para contornar esta limitação, Cirelli e seus colaboradores inseriram sondas ultrafinas no cérebro de 11 camundongos adultos para monitorar a actividade eléctrica em subgrupos de neurónios no córtex responsável pela coordenação motora "semi-automática".

Os roedores foram mantidos acordados durante quatro horas além do horário em que normalmente vão dormir, com a ajuda de objectos novos, introduzidos na gaiola, para mantê-los interessados e activos.
A monitorização cerebral mostrou que, mesmo quando todas as aparências indicavam que os animais estavam acordados e activos, neurónios nestas áreas específicas não estavam a funcionar, ou seja, partes do cérebro permaneceram adormecidas enquanto outras continuavam despertas.

Experiencia em camundongos


Mesmo quando alguns neurónios pararam de funcionar, as medições cerebrais indicavam que as cobaias estavam acordadas e estes episódios de “sono localizado” afectaram o comportamento dos animais. Os ratos foram treinados durante duas horas para realizar uma tarefa complicada: segurar uma bola de açúcar com uma única pata, mas quanto mais cansados ficavam, mais difícil se tornava para os roedores conseguir desempenhar a actividade.

Acabavam por deixar cair as bolas, ou nem conseguiam pegar nelas. Era necessário que alguns poucos neurónios "saíssem do ar" por um terço de segundo para que as falhas ocorressem, destacaram os investigadores. Dos 20 neurónios em estudo, 18 permaneceram acordados. Nos outros dois, havia sinais de sono, com alternância entre períodos breves de actividade e períodos de silêncio.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cometas podem conter água em estado líquido

Equipa de cientistas afirma ter encontrado provas do que até agora se pensava ser impossível

2011-04-12
Amostras do Wild-2 foram trazidas para a Terra em 2006 pela missão Stardust
Amostras do Wild-2 foram trazidas para a Terra em 2006 pela missão Stardust
Cientistas afirmam ter encontrado provas de presença de água em estado líquido num cometa, algo que até agora se pensava ser impossível, já que os núcleos dos cometas nunca aquecem o suficiente para que o gelo de que são formado derreta.

Segundo Dante Lauretta, especialista em química espacial e formação planetária e investigador principal da missão Stardust da NASA, é “impossível, segundo as ideias actuais, que se forme água líquida num cometa”. No entanto, um grupo de cientistas do Centro Espacial Johnson e do Laboratório de Investigação Naval, liderado por Eve Berger, da Universidade do Arizona, acaba de demonstrar o oposto num estudo a ser publicado na «Geochimica et Cosmochimica Acta».
A equipa analisou grãos de pó do cometa Wild-2, trazidos para a Terra em 2006 pela missão Stardust. A nave, lançada em 1999, recolheu em 2004 amostras da cauda do cometa e enviou-as numa cápsula fechada em Janeiro de 2006 para um deserto no estado de Utah. Nas amostras foram encontrados minerais que apenas se formam na presença de água em estado líquido. “Em algum momento da sua história, o cometa teve de ter bolsas de água”, concluem os cientistas.

As amostras analisadas em partículas microscópicas (do tamanho de uma célula) e foram analisadas com microscópios electrónicos e raios X. Demonstrou-se que este cometa passou por períodos quentes que favoreceram reacções químicas na água e que mudaram a composição dos minerais que herdaram dos tempos da formação do Sistema Solar.

A água quente terá dissolvido os minerais que estavam presentes naquele momento e precipitou a formação de ferro e sulfato de cobre. Os sulfatos formam-se entre os 50 e os 200 graus centígrados, uma temperatura muito maior do que a prevista no interior de um cometa.

O mineral encontrado por Berger chama-se cubanite (CuFe2S3) e segundo a investigadora é muito raro encontrá-lo em amostras vindas do espaço. “A cubanite que encontrámos só se forma a temperaturas a partir dos 210 graus.

Se este mineral se formou no cometa isso tem implicações sobre as fontes de calor dos cometas em geral. Para Eve Berger existem duas formas de gerar fontes de calor num cometa: uma colisão com outro objecto ou a desintegração radioactiva de elementos presentes no próprio núcleo do cometa.

Excesso de trabalho faz mal ao coração

Estudo britânico alerta para aumento do risco cardíaco

2011-04-12
Participaram no estudo mais de sete mil pessoas
Participaram no estudo mais de sete mil pessoas
As doenças cardíacas podem ter uma maior incidência em quem trabalha em demasia. Segundo um estudo britânico publicado na revista "Annals of Internal Medicine”, trabalhar mais de 11 horas por dia, ao invés das sete ou oito recomendadas, aumenta o risco cardiovascular em 95 por cento.

Os investigadores não conseguiram, no entanto, determinar se as longas horas de trabalho são, em si, um factor de risco ou se favorecem outros factores que podem prejudicar o coração como maus hábitos alimentares, falta de exercício ou depressão.

O estudo contou com a participação de mais de sete mil adultos, entre os 39 e os 62 anos, que trabalhavam a tempo inteiro e que não apresentavam problemas cardíacos entre 1991 e 1993, altura em que realizaram os primeiros exames médicos para esta investigação. Estes serviram como termo de comparação a outros realizados mais tarde, para verificar o impacto do excesso de trabalho.

Os autores desta investigação acreditam que os dados obtidos podem ajudar os especialistas médicos a determinarem o risco que os seus pacientes têm de apresentar problemas do foro cardíaco, tendo em conta outros factores, tais como pressão arterial, diabetes ou tabagismo.

"As pessoas que trabalham muitas horas devem ter um cuidado especial e seguir uma alimentação saudável, fazer exercício físico e manter a pressão arterial, o colesterol e os níveis de açúcar dentro dos limites saudáveis", apontou Mika Kivimaki, especialista da Universidade College London que liderou o estudo.

As doenças cardiovasculares, como enfartes agudos do miocárdio ou acidentes vasculares cerebrais, matam mais de 17 milhões de pessoas anualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Afinal nem sempre parar é morrer!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Leite humano" produzido por vacas

Animais foram geneticamente modificados por investigadores chineses

2011-04-06
Vacas modificadas são da raça Holstein
Vacas modificadas são da raça Holstein
Investigadores chineses conseguiram introduzir genes humanos em 300 vacas leiteiras para que estas produzissem leite com características semelhantes às do leite humano, noticiou o jornal inglês "The Telegraph".

O leite humano possui maior quantidade de nutrientes e pode ajudar no desenvolvimento do sistema imunitário e na redução do risco de infecções em bebés.

De acordo com o grupo de cientistas, o leite modificado pode funcionar como um substituto mais eficiente ao leite comum de vaca. "Como alimento diário, o leite de vaca é uma fonte básica de nutrição. Contudo, problemas de digestão e de absorção fazem com que não seja o alimento perfeito para o ser humano", afirmou Ning Li, investigador da China Agricultural University, responsável pelo projecto.
A equipa chinesa utilizou tecnologia de clonagem para introduzir genes humanos no DNA de vacas da raça Holstein. Em seguida, embriões geneticamente modificados foram colocados nas vacas. O leite resultante possui a enzima humana Lisozima, uma proteína antimicrobiana que protege os bebés de infecções.

Segundo Ning Li, o consumo do leite modificado é tão seguro quanto o de leite bovino comum. No entanto, uma das questões que ainda afasta o projecto do mercado consumidor são os problemas relacionados com a ética e segurança de alimentos geneticamente modificados.

Vídeo da NASA mostra Curiosity a chegar a Marte

Animação sobre o que se passará em 2012 foi construída a partir de fotografias da HiRISE

2011-04-07


Em Agosto do próximo ano vai chegar a Marte o novo veículo robótico criado pelo Laboratório de Propulsão a Jacto (JPL, da NASA), o Curiosity. Será utilizado um complexo sistema de aterragem, com um módulo auxiliar, que permitirá que o veículo seja depositado suavemente no solo marciano. O JPL criou um vídeo de animação onde se pode ver com bastante pormenor como será o início da expedição do sucessor do Spirit e do Opportunity.
No vídeo pode ver-se com precisão o sítio onde vai pousar o veículo, isto porque as imagens foram criadas a partir de dados da câmara HiRISE do satélite MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) que actualmente orbita o Planeta Vermelho e que fotografou com todo o pormenor o local.

No entanto, alguns dos instrumentos do novo veículo não estavam completamente terminados, pelo que teve de construir-se a imagem a partir dos primeiros desenhos, combinando-os com centenas de fotografias de partes já terminadas.

A equipa está já a trabalhar numa versão mais comprida e completa do vídeo.